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Qual a melhor forma de prever o futuro?

Qual a melhor forma de prever o futuro?
Cenário EconômicoLiderança
Publicado em 18 de novembro de 2020

O ano de 2020 abalou as estruturas econômicas, políticas e sanitárias no Brasil e no mundo. E uma reflexão sobre o futuro permanece em minha mente e, com certeza, na de muitos líderes do universo corporativo. Como será o nosso futuro a médio e longo prazo? Quando e como conseguiremos crescer novamente? De que forma isso vai se refletir no  comportamento da população em 2021?

No Brasil, o Banco Central estimou um crescimento de 3,9% para o PIB brasileiro em 2021. O mercado financeiro, por sua vez, tem uma expectativa menor: prevê um crescimento de 3,5% para a economia no próximo ano. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para 2021 e de 3,5 para 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentual para cima ou para baixo. Ou seja, é aceita oscilação entre 2,25% e 5,25%.

Na Eurozona, o FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê um crescimento de 5,2% em 2021. A UE (União Europeia), no entanto, fez uma previsão mais otimista. Imagina que a recuperação econômica nos principais países do bloco europeu será da ordem de 6,1%. Nos EUA, a previsão é que o PIB americano tenha um crescimento de 3,1%, respondendo por 11.6% do crescimento mundial em 2021 no que se refere ao poder de compra da população.

É importante ressaltar que essas projeções estão sujeitas a grandes oscilações no futuro, devido a fatores como a nova onda do coronavírus em todo o mundo, o sucesso das vacinas, a polarização política e a mudança de hábitos de consumo. Há ainda, os reflexos mais profundos da pandemia em setores específicos da economia, como o cultural, turístico e alimentar.

Crise é sinônimo de oportunidade

A princípio, na prática essa frase tem se mostrado bem mais do que um velho clichê. Vamos voltar um pouco no tempo, mais especificamente em 2008, durante a crise gerada pela bolha imobiliária nos Estados Unidos. Nesse ano, houve um aumento gigantesco nos valores de imóveis, que não foi acompanhado pelo crescimento de renda da população.

Na prática, isso significa que muitos bancos ofereceram mais créditos imobiliários, atraíram mais consumidores e, assim, aconteceu a valorização dos imóveis. Mas, quando houve um aumento dos juros, esses empréstimos de alto risco viraram um pesadelo, muita gente ficou inadimplente e os bancos descapitalizados.

Países emergentes, como o Brasil, foram menos afetados do que os EUA e nações da Europa. Mesmo assim, o índice Bovespa caiu bastante e o preço do dólar aumentou. Houve, então, retração na expectativa de crescimento econômico.

Na tentativa de aumentar a competitividade e sair da crise, aconteceram as grandes fusões ou aquisições. Exemplos não faltam: a fusão entre Itaú e Unibanco; a aquisição da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil e a fusão entre Sadia e Perdigão, gerando um dos maiores grupos do setor de alimentos no país, a BRF.

 O case Airbnb

Outro exemplo de virada de mesa em tempos de crise é o Airbnb, uma das empresas mais inovadoras dos últimos tempos. Em 2007, os fundadores da startup do Vale do Silício tiveram a ideia desse modelo de hospedagem para vencer suas próprias dificuldades econômicas.

Tudo começou quando Brian Chesky viajou para a casa do amigo Joe Gebbia, em São Francisco. Sem um dólar no bolso para pagar as contas e se alimentar, a dupla decidiu alugar cômodos na residência e alguns colchões infláveis.

O público-alvo eram os participantes de um congresso que não tinham encontrado vagas disponíveis em hotéis da cidade. Ambos imaginaram que conseguiriam atrair jovens despojados que não se importavam com muito conforto.

Mas chegaram ao local uma mulher de meia-idade, um indiano e um pai de família. Na hora, Brian e Joe perceberam a oportunidade: criar um novo modelo de negócios em hospedagem, sem luxo, mas com acolhimento e troca de experiências.

Não pense você que tudo foi fácil. Num primeiro momento, os jovens americanos depararam com a insegurança dos possíveis clientes em hospedar pessoas desconhecidas em suas próprias casas e a empresa não conseguiu decolar.

De antemão, para sobreviver, os garotos decidiram vender cereais matinais com fotos de políticos populares, como Barack Obama, nas caixas.

Resultado: ganharam divulgação espontânea na mídia para os tais flocos e, indiretamente, para a startup de hospedagem. Com o tempo, atraíram investidores de peso, como o ator Ashton Kutcher, e cresceram em progressão geométrica.

No ano passado, começaram o planejamento do IPO da empresa, avaliada em US$ 31 bilhões e com mais de 500 milhões de hóspedes computados. Com a chegada da pandemia e a diminuição de viagens em todo o mundo, o plano não foi descartado, mas a empresa sofreu uma redução em 40% do seu valor, hoje estimado em cerca de US$ 18 bilhões. Mas pode ter certeza de uma coisa, os antigos garotos de São Francisco, hoje na casa dos 30 anos, continuam na lista dos bem sucedidos homens de negócio.

Mais do que isso: já estão enfrentando esse período com criatividade, aumentando as ofertas de hospedagens rurais ou em praias para as pessoas que hoje trabalham à distância e buscam o isolamento.

A melhor forma de inventar o futuro é inventá-lo

Tudo isso reforça um pensamento que sempre me acompanha: a gente não pode prever o futuro, mas pode cria-lo. E é justamente isso que eu quero propor por meio de dois pilares importantíssimos que vão ajudar você a criar um plano de retomada positivo para 2021

Crie um ambiente favorável à inovação

Você tem habilidade para criar um espaço em que as pessoas dão ideias, inovam e trazem resultados positivos para a empresa? É papel da liderança propiciar um bom clima para que as pessoas trabalhem mais e melhor.

Para estimular o bem-estar e a produtividade das pessoas no trabalho, é preciso controlar a crítica. Em um ambiente opressivo, em que são sistematicamente julgadas e desvalorizadas, as pessoas param de dar suas opiniões e perdem a motivação Por outro lado, em locais psicologicamente seguros, os colaboradores se engajam nos projetos e se comprometem mais com o crescimento da empresa.

E isso não é apenas conversa motivacional para inglês ou brasileiro ver. Os números comprovam o que estou defendendo. Com mais de 1.400 participantes, um estudo da consultoria PWC demonstrou que funcionários felizes são três vezes mais criativos, 31% mais produtivos e chegam a vender 37% mais do que seus pares menos felizes.

Este mesmo estudo estabeleceu uma correlação positiva entre saúde mental e a eficácia das equipes, a qualidade das relações com os clientes e o sucesso organizacional geral.

Coloque o foco nas soluções 

Como líder de uma equipe, é muito importante você estimular os colaboradores, a pensarem sempre no melhor caminho de resolução para um desafio. E, claro, essa atitude mental positiva tem que partir de você. Os comentários negativos, com holofote apenas nos problemas, levam a uma atitude mental negativa que gera uma ação negativa e, consequentemente, um resultado negativo.

E o inverso, claro, também funciona assim. Atitudes mentais positivas geram decisões, ações e resultados positivos.

Como isso se aplica? É muito importante desenvolver métodos e processos para as pessoas contribuírem com soluções estruturadas. Ideias soltas ou, pior, o simples levantamento de problemas por si só não agregam valor ao cotidiano de nenhuma empresa. É essencial criar uma metodologia para resolver problemas e estimular o processo de inovação junto às equipes.

Esses processos a princípio incluem desde formas de realizar uma reunião produtiva e técnicas de análises de crises e conflitos até posturas comportamentais e planos de ação.

Quer saber mais sobre esses caminhos para a inovação e fazer de 2021 o melhor ano para sua vida pessoal e profissional? Participe da Semana Master Mind – Criando seu plano de voo.

O evento trará luz a muitas das inquietações atuais, reunindo uma série de “lives” exclusivas e com temas muito relevantes para alavancar carreiras e negócios. O evento gratuito, online e ao vivo, acontece de 23 a 27 de novembro, sempre a partir das 20h30 horas.

E as inscrições devem ser feitas pelo https://tinyurl.com/y6zcozy9

Eduardo Mendes é sócio do grupo Master Mind Brasil, especialista em Gestão Estratégica e Liderança pela University of California, San Diego – School of International Relations and Pacific Studies.

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